PERGUNTA: Afinal, o que é exu?
VOVÓ MARIA CONGA: Na concepção original do
termo, não se classifica exu em um tipo de
entidade. É um princípio vibratório que obrigatoriamente participa de tudo. É
dinâmico e está em tudo que existe. É a força que impõe o equilíbrio às
criaturas que ainda têm carmas negativos a saldar. E, sendo assim, abrange uma
enorme parcela no Cosmo imensurável.
Cada um dos filhos tem o seu
exu individual. Cada orixá com seus correspondentes vibratórios tem seus
exus. É o exu, o executor das Leis Cósmicas. Não é nem bom nem ruim, nem positivo ou negativo. Sendo
neutro, é justo. A função de exu consiste em solucionar, resolver todos os
trabalhos, encontrar os "caminhos" apropriados, "abri-los" ou "fechá-los" e
fornecer sua ajuda e poder a fim de mobilizar e desenvolver junto à existência
de cada indivíduo a sua situação cármica, bem como as tarefas específicas
atribuídas e delegadas a cada um dos guias e
protetores.
Infelizmente, existe muita
confusão e controvérsia sobre os exus. Não gostamos de falar bonito,
mas a situação impõe que busquemos os conhecimentos disponíveis aos
filhos.
Analisando a etimologia dessa
palavra, não chegaremos a um consenso. Existem três correntes de
pensamento entre os filhos que tentam explicá-lo: a primeira corrente afirma que
a palavra exu seria uma corruptela ou distorção dos
nomes esseiá/essuiá, significando lado oposto ou outro lado da margem,
nomenclatura dada a espíritos desgarrados que foram arrebanhados para a Lemúria
continente que existiu no planeta Terra antes da Atlântida. A segunda corrente assevera que o nome exu seria uma
variante do termo Yrshu, nome do filho mais moço do imperador Ugra, na Índia
antiga. Yrshu, aspirando ao poder, rebelou-se contra os ensinamentos e preceitos
preconizados pelos magos brancos do império. Foi totalmente dominado e banido
com seus seguidores do território indiano. Daí adveio a relação Yrshu/Exu, como
sinônimo de povo banido, expatriado. A terceira corrente afirma que o nome
exu é de origem africana e quer dizer esfera. Ainda entre os hebreus encontramos
o termo "Exud", originário do sânscrito, significando também povo banido e que,
inevitavelmente, está ligado à lenda da Índia antiga.
Trouxemos toda essa erudição só para demonstrar aos
filhos incrédulos a antiguidade do termo, e que vibratoriamente os exus
acompanham os homens desde as civilizações primevas.
PERGUNTA: Mas os exus
não são espíritos enfermiços, com deformações em seus corpos astrais e de
fluidos altamente deletérios?
VOVÓ MARIA CONGA: Na época mais cruel da
escravatura dos negros, muitos fugiam e se abrigavam nas florestas. Esses
esconderijos, locais de ajuntamento de escravos fugidos, na mata cerrada,
ficaram conhecidos como "mocambos". Logo após a alforria dos negros, muitos
homens mais destacados na sociedade de outrora começaram a espezinhar os
ex-escravos chamando-os de "mocambos", ou seja, rebaixando-os a fugitivos da
lei. O desdém que se estabeleceu para com esses irmãos foi de tal monta,
que vários estabelecimentos comerciais e
hospitais das principais capitais da época tinham em suas entradas placas com os
dizeres "mocambos metidos a gente não são bem-vindos", maneira
desdenhosa encontrada de afrontar a liberdade que alcançava uma parcela
importante para a sociedade da época.
Não muito diferente
de outrora e em igualdade preconceituosa dissimulada, como se tratassem de
fugitivos das Leis do Cristo, muitos filhos nos dias
de hoje classificam como exus as entidades espirituais que não são bem-vindas;
espíritos sofridos, como obsessores de aluguel, que são um tanto violentos pois
estão hipnotizados por grande poder mental que os subjuga, e com sérias
deformações astrais, que se apresentam
nas atividades mediúnicas em algumas casas que apregoam "fora da caridade não há
salvação".
Ficamos entristecidos ao observar que
no mesmo templo em que se realizam reuniões, onde o verbo bem elaborado prende
hipnotizada platéia pelos elevados conceitos de amor ao próximo, perdão e ações
caridosas, não muito distante, alguns médiuns novatos, acomodados em penumbrosa
e fechada sala, recebem severas reprimendas de diretores espirituais zelosos da
"disciplina" na passividade mediúnica dos trabalhos que ocorrerão, rigorosamente
impondo que para esse "tipo" de espírito, os temíveis "exus", o corpo mediúnico
deve evitar maiores contatos fluídicos, sob pena de desequilíbrio dos delicados
aparelhos no contato com vibrações tão enfermiças. Solicitam refutar o contato
mais ostensivo pela incorporação ou a chamada psicofonia, dizendo que esses
"irmãos" devem ser encaminhados o mais rápido possível ao Plano Espiritual e que
os mentores que apóiam o grupo darão a devida conta.
Reconhecemos que há maior exigência
dos médiuns e dirigentes nesses casos, mas os filhos não devem esquecer que tais
"deformados" e sombrios espíritos são dignos de todo respeito e carinho, devendo
ser tratados como "gente" do Cristo-Jesus e recepcionados com o coração mais
exaltado de amor e júbilo do que nas ocasiões em que os mentores aureolados de
luz se fazem presentes, já que são mais necessitados do magnetismo animal para
se "recomporem"(1). Levem a efeito a caridade socorrista
como fazia o Divino Mestre na Terra com os leprosos, aleijados, tuberculosos e
loucos; a todos, atendendo com amor e dedicação esmerada, sem receio de
contágios doentios.
1 - "Os sãos não necessitam de médico,
e sim os doentes", lembrava o Divino Médico nas palavras que o Evangelho
guardou. E acrescentou: "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores ao
arrependimento."
Esses espíritos sofredores foram e são
submetidos aos capatazes e torturadores das organizações malévolas e
escravizantes do submundo inferior que habitam o Umbral. Verdadeiramente não têm nada a ver
com os genuínos exus da sagrada Umbanda.
(Do Livro “EVOLUÇÃO NO PLANETA AZUL” Ramatís e Vovó
Maria Conga/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)
http://ametistadeluz.blogspot.com.br/search/label/Aprendendo%20com%20Ramatis
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