Influência do Espírito pessoal do médium. - Sistema dos médiuns inertes. -
Aptidão de certos médiuns para coisas de que nada conhecem: línguas, música,
desenho. - Dissertação de um Espírito sobre o papel dos médiuns.
No momento em que exerce a sua faculdade, está o médium em estado
perfeitamente normal?
"Está, às vezes, num estado, mais ou menos acentuado, de crise. E o que o
fadiga e é por isso que necessita de repouso. Porém, habitualmente, seu estado não
difere de modo sensível do estado normal, sobretudo se se trata de médiuns
escreventes."
O Espírito encarnado no médium exerce alguma influência sobre as
comunicações que deva transmitir, provindas de outros Espíritos?
"Exerce, porquanto, se estes não lhe são simpáticos, pode ele alterar-lhes as
respostas e assimilá-las às suas próprias idéias e a seus pendores; não influencia, porém, os próprios Espíritos, autores das respostas; c onstitui-se apenas em mau intérprete."
A aptidão de certos médiuns para escrever numa língua que lhes é estranha
não provirá da circunstância de lhes ter sido familiar essa língua em outra existência e de haverem guardado a intuição dela?
"É certo que isto se pode dar, mas não constitui regra. Com algum esforço, o
Espírito pode vencer momentaneamente a resistência material que encontra. E o que
acontece quando o médium escreve, na língua que lhe é própria, palavras que não conhece".
Poderia um médium, muito pouco inteligente, transmitir comunicações de
ordem elevada?
"Sim, pela mesma razão por que um médium pode escrever numa língua que lhe
seja desconhecida. A mediunidade propriamente dita independe da inteligência, bem como das qualidades morais.
Em falta de instrumento melhor, pode o Espírito servir-se daquele que tem à mão.
Porém, é natural que, para as comunicações de certa ordem, prefira o médium que lhe
ofereça menos obstáculos materiais. Acresce outra consideração: o idiota muitas vezes
só o é pela imperfeição de seus órgãos, podendo, entretanto, seu Espírito ser mais
adiantado do que o julguem. Tens a prova disso em certas evocações de idiotas, mortos
ou vivos."
Essa também a razão por que um médium novato, que escreve penosa e lentamente, ainda que na sua própria língua, em geral não obtém mais do que respostas breves e sem desenvolvimento. Por isso, os Espíritos recomendam que, com um médium assim, só se lhes dirijam perguntas simples. Para as de grande alcance, faz-se mister um médium desenvolvido, que nenhuma dificuldade mecânica ofereça ao Espírito. Ninguém tomaria para seu ledor um estudante que estivesse aprendendo a soletrar. Um bom operário não gosta de servir-se de maus instrumentos.
Acrescentemos outra consideração de muita gravidade no que concerne às
línguas estrangeiras.
"Qualquer que seja a natureza dos médiuns escreventes, quer mecânicos ou
semimecânicos, quer simplesmente intuitivos, não variam essencialmente os nossos
processos de comunicação com eles. De fato, nós nos comunicamos com os Espíritos
encarnados dos médiuns, da mesma forma que com os Espíritos propriamente ditos, tãosó
pela irradiação do nosso pensamento.
"Os nossos pensamentos não precisam da vestidura da palavra, para serem
compreendidos pelos Espíritos e todos os Espíritos percebem os pensamentos que lhes
desejamos transmitir, sendo suficiente que lhes dirijamos esses pensamentos e isto em
razão de suas faculdades intelectuais. Quer dizer que tal pensamento tais ou quais
Espíritos o podem compreender, em virtude do adiantamento deles, ao passo que, para
tais outros, por não despertarem nenhuma lembrança, nenhum conhecimento que lhes
dormitem no fundo do coração, ou do cérebro, esses mesmos pensamentos não lhes são
perceptíveis. Neste caso, o Espírito encarnado, que nos serve de médium, é mais apto a exprimir o nosso pensamento a outros encarnados, se bem não o compreenda, do que
um Espírito desencarnado, mas pouco adiantado, se fôssemos forçado a servir-nos dele,
porquanto o ser terreno põe seu corpo, como instrumento, à nossa disposição, o que o
Espírito errante não pode fazer.
"Assim, quando encontramos em um médium o cérebro povoado de
conhecimentos adquiridos na sua vida atual e o seu Espírito rico de conhecimentos
latentes, obtidos em vidas anteriores, de natureza a nos facilitarem as comunicações,
dele de preferência nos servimos, porque com ele o fenômeno da comunicação se nos
toma muito mais fácil do que com um médium de inteligência limitada e de escassos
conhecimentos anteriormente adquiridos. Vamos fazer-nos compreensíveis por meio de
algumas explicações claras e precisas.
"Com um médium, cuja inteligência atual, ou anterior, se ache desenvolvida, o
nosso pensamento se comunica instantaneamente de Espírito a Espírito, por uma
faculdade peculiar à essência mesma do Espírito. Nesse caso, encontramos no cérebro
do médium os elementos próprios a dar ao nosso pensamento a vestidura da palavra que
lhe corresponda e isto quer o médium seja intuitivo, quer semimecânico, ou inteiramente mecânico. Essa a razão por que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que se comunicam com um médium, os ditados que este obtém, embora procedendo de Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal.
"Efetivamente, quando somos obrigados a servir-nos de médiuns pouco
adiantados, muito mais longo e penoso se torna o nosso trabalho, porque nos vemos
forçados a lançar mão de formas incompletas, o que é para nós uma complicação, pois
somos constrangidos a decompor os nossos pensamentos e a ditar palavra por palavra,
letra por letra, constituindo isso uma fadiga e um aborrecimento, assim como um
entrave real à presteza e ao desenvolvimento das nossas manifestações.
"Por isso é que gostamos de achar médiuns bem adestrados, bem aparelhados,
munidos de materiais prontos a serem utilizados, numa palavra: bons instrumentos,
porque então o nosso perispírito, atuando sobre o daquele a quem mediunizamos, nada
mais tem que fazer senão impulsionar a mão que nos serve de lapiseira, ou caneta,
enquanto que, com os médiuns insuficientes, somos obrigados a um trabalho análogo ao
que temos, quando nos comunicamos mediante pancadas, isto é, formando, letra por letra, palavra por palavra, cada uma das frases que traduzem os pensamentos que
vos queiramos transmitir.
"É por estas razões que de preferência nos dirigimos, para a divulgação do
Espiritismo e para o desenvolvimento das faculdades mediúnicas escreventes, às classes cultas e instruídas, embora seja nessas classes que se encontram os indivíduos mais incrédulos, mais rebeldes e mais imorais.
Aptidão de certos médiuns para coisas de que nada conhecem: línguas, música,
desenho. - Dissertação de um Espírito sobre o papel dos médiuns.
No momento em que exerce a sua faculdade, está o médium em estado
perfeitamente normal?
"Está, às vezes, num estado, mais ou menos acentuado, de crise. E o que o
fadiga e é por isso que necessita de repouso. Porém, habitualmente, seu estado não
difere de modo sensível do estado normal, sobretudo se se trata de médiuns
escreventes."
O Espírito encarnado no médium exerce alguma influência sobre as
comunicações que deva transmitir, provindas de outros Espíritos?
"Exerce, porquanto, se estes não lhe são simpáticos, pode ele alterar-lhes as
respostas e assimilá-las às suas próprias idéias e a seus pendores; não influencia, porém, os próprios Espíritos, autores das respostas; c onstitui-se apenas em mau intérprete."
A aptidão de certos médiuns para escrever numa língua que lhes é estranha
não provirá da circunstância de lhes ter sido familiar essa língua em outra existência e de haverem guardado a intuição dela?
"É certo que isto se pode dar, mas não constitui regra. Com algum esforço, o
Espírito pode vencer momentaneamente a resistência material que encontra. E o que
acontece quando o médium escreve, na língua que lhe é própria, palavras que não conhece".
Poderia um médium, muito pouco inteligente, transmitir comunicações de
ordem elevada?
"Sim, pela mesma razão por que um médium pode escrever numa língua que lhe
seja desconhecida. A mediunidade propriamente dita independe da inteligência, bem como das qualidades morais.
Em falta de instrumento melhor, pode o Espírito servir-se daquele que tem à mão.
Porém, é natural que, para as comunicações de certa ordem, prefira o médium que lhe
ofereça menos obstáculos materiais. Acresce outra consideração: o idiota muitas vezes
só o é pela imperfeição de seus órgãos, podendo, entretanto, seu Espírito ser mais
adiantado do que o julguem. Tens a prova disso em certas evocações de idiotas, mortos
ou vivos."
Essa também a razão por que um médium novato, que escreve penosa e lentamente, ainda que na sua própria língua, em geral não obtém mais do que respostas breves e sem desenvolvimento. Por isso, os Espíritos recomendam que, com um médium assim, só se lhes dirijam perguntas simples. Para as de grande alcance, faz-se mister um médium desenvolvido, que nenhuma dificuldade mecânica ofereça ao Espírito. Ninguém tomaria para seu ledor um estudante que estivesse aprendendo a soletrar. Um bom operário não gosta de servir-se de maus instrumentos.
Acrescentemos outra consideração de muita gravidade no que concerne às
línguas estrangeiras.
"Qualquer que seja a natureza dos médiuns escreventes, quer mecânicos ou
semimecânicos, quer simplesmente intuitivos, não variam essencialmente os nossos
processos de comunicação com eles. De fato, nós nos comunicamos com os Espíritos
encarnados dos médiuns, da mesma forma que com os Espíritos propriamente ditos, tãosó
pela irradiação do nosso pensamento.
"Os nossos pensamentos não precisam da vestidura da palavra, para serem
compreendidos pelos Espíritos e todos os Espíritos percebem os pensamentos que lhes
desejamos transmitir, sendo suficiente que lhes dirijamos esses pensamentos e isto em
razão de suas faculdades intelectuais. Quer dizer que tal pensamento tais ou quais
Espíritos o podem compreender, em virtude do adiantamento deles, ao passo que, para
tais outros, por não despertarem nenhuma lembrança, nenhum conhecimento que lhes
dormitem no fundo do coração, ou do cérebro, esses mesmos pensamentos não lhes são
perceptíveis. Neste caso, o Espírito encarnado, que nos serve de médium, é mais apto a exprimir o nosso pensamento a outros encarnados, se bem não o compreenda, do que
um Espírito desencarnado, mas pouco adiantado, se fôssemos forçado a servir-nos dele,
porquanto o ser terreno põe seu corpo, como instrumento, à nossa disposição, o que o
Espírito errante não pode fazer.
"Assim, quando encontramos em um médium o cérebro povoado de
conhecimentos adquiridos na sua vida atual e o seu Espírito rico de conhecimentos
latentes, obtidos em vidas anteriores, de natureza a nos facilitarem as comunicações,
dele de preferência nos servimos, porque com ele o fenômeno da comunicação se nos
toma muito mais fácil do que com um médium de inteligência limitada e de escassos
conhecimentos anteriormente adquiridos. Vamos fazer-nos compreensíveis por meio de
algumas explicações claras e precisas.
"Com um médium, cuja inteligência atual, ou anterior, se ache desenvolvida, o
nosso pensamento se comunica instantaneamente de Espírito a Espírito, por uma
faculdade peculiar à essência mesma do Espírito. Nesse caso, encontramos no cérebro
do médium os elementos próprios a dar ao nosso pensamento a vestidura da palavra que
lhe corresponda e isto quer o médium seja intuitivo, quer semimecânico, ou inteiramente mecânico. Essa a razão por que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que se comunicam com um médium, os ditados que este obtém, embora procedendo de Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal.
"Efetivamente, quando somos obrigados a servir-nos de médiuns pouco
adiantados, muito mais longo e penoso se torna o nosso trabalho, porque nos vemos
forçados a lançar mão de formas incompletas, o que é para nós uma complicação, pois
somos constrangidos a decompor os nossos pensamentos e a ditar palavra por palavra,
letra por letra, constituindo isso uma fadiga e um aborrecimento, assim como um
entrave real à presteza e ao desenvolvimento das nossas manifestações.
"Por isso é que gostamos de achar médiuns bem adestrados, bem aparelhados,
munidos de materiais prontos a serem utilizados, numa palavra: bons instrumentos,
porque então o nosso perispírito, atuando sobre o daquele a quem mediunizamos, nada
mais tem que fazer senão impulsionar a mão que nos serve de lapiseira, ou caneta,
enquanto que, com os médiuns insuficientes, somos obrigados a um trabalho análogo ao
que temos, quando nos comunicamos mediante pancadas, isto é, formando, letra por letra, palavra por palavra, cada uma das frases que traduzem os pensamentos que
vos queiramos transmitir.
"É por estas razões que de preferência nos dirigimos, para a divulgação do
Espiritismo e para o desenvolvimento das faculdades mediúnicas escreventes, às classes cultas e instruídas, embora seja nessas classes que se encontram os indivíduos mais incrédulos, mais rebeldes e mais imorais.
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