quarta-feira, 27 de agosto de 2014

ESPIRITISMO, UMA VISÃO PANORÂMICA.

                                 

CAPÍTULO VII – MEDIUNIDADE
7.4. SONHOS, ÊXTASE, PROJEÇÕES, LETARGIA, COMA.

Pode-se classificá-los em três tipos:
a) Causados por reflexos fisiológicos em que a pessoa está dormindo com muita sede, por exemplo, e sonha que bebe água;

b) Reflexos psicológicos: nestes a pessoa repassa mentalmente, enquanto dorme, aspectos sobre o dia-a-dia, como um problema sério não resolvido, um fato marcante ocorrido ou previsto para o dia seguinte, etc.;

c) Vivencias espirituais em que o Espírito, desligado parcialmente do corpo físico, visita outros lugares, na Terra ou fora dela, entra em contato com Espíritos desencarnados e também encarnados, igualmente desdobrados pelo sono.

Ao despertar, há um rebaixamento vibratório no cérebro, fazendo com que muitas das lembranças se percam. O que lembramos é apenas uma parte do que vemos, ouvimos e fazemos durante uma noite inteira de sono. Algumas dessas lembranças podem emergir durante o dia na forma de intuições. Comumente, ocorrem sonhos de caráter misto, envolvendo dois ou três tipos anteriores.

Os quadros muitas vezes caóticos ou bizarros do fenômeno onírico podem ser explicados pelo somático de imagens, de lugares distantes jamais vistos ou da próxima encarnação, recordações desta vida e anteriores, acrescidas de sensações e criações elaboradas pela fisiologia cerebral, a partir de impressões físicas ou psíquicas. O esquecimento da maioria dos conteúdos dos sonhos tidos numa noite de sono – visto estar provado que sonhamos em todas elas – prende-se ao fato de o cérebro funcionar como uma válvula redutora, atenuando em certo grau ou até apagando totalmente as imagens, evitando inconvenientes iguais aos que ocorrem frequentemente no êxtase, como logo mais veremos.

Interessante no capitulo dos sonhos, por vezes, é a sua característica premonitória, causada exatamente pelas orientações de ouros Espíritos e maior liberdade da alma em relação à matéria, aumentando-lhe o grau das percepções.

Contudo, oportuno recordar que as tentativas de se estabelecer um código de decifração dos sonos possui pouco ou nenhum valor, tendo em vista que, via de regra, cada objeto ou situação possui uma significação diferente para cada individuo.
Realmente certos sonhos podem denotar uma certa relação com acontecimentos do presente ou do futuro, mas nem sempre funcionam, nem sempre aparecem e nem sempre tem o mesmo significado, mesmo para uma única pessoa. De modo geral sonhar com um campo verdejante, com um lugar calmo, com pessoas sorrindo, voar, etc., é indicativo de situações agradáveis da vida material e/ou espiritual; já pesadelos com quedas em abismos, perseguições no escuro, pisar em lama, acidentes de automóvel podem representar uma situação de alerta ou como efetivo pressentimento. Porem, pretender enquadrar todos os signos num padrão rígido que valha indiscriminadamente para todas as pessoas, são pura ilusão e charlatanice.

SONAMBULISMO – o sonho constitui um estado de sonambulismo incompleto, portanto, este é mais profundo e também mais significativo que aquele. Ocorre quando a pessoa dorme mais que isso, está cataléptica. Difícil aí saber o que é causa e o que é efeito. A erupção do sonambulismo só é possível após a catalepsia ou ele a provoca como necessidade para se apresentar? De qualquer forma, temos aí o médium de si mesmo. O próprio Espírito dirige o seu corpo como se fosse o de outro alguém, de fora, inconsciente. Pode ser natural ou provocado, também conhecido este como magnético.
No sonâmbulo pode ocorrer a transposição de sentidos. Os sensitivos dizem ver – e o fazem realmente – pelo estomago, pelo joelho, etc. note-se que as experiências demonstrativas desta peculiaridade só conformam as informações dos Espíritos Superiores a Kardec, quando declararam que eles não vêem – nem ouvem – por uma área especifica do corpo espiritual. Apesar de manterem a morfologia física, seus sentidos estão disseminados por todo o perispírito, tal qual, poderíamos figurar, a sensação de calor ou frio. Não há recordação posterior alguma. Nem sempre usam o corpo para locomoção como tanto se vê nos filmes; às vezes limita-se a falar. O transe sonambúlico guarda relação com o hipnótico. A pessoa expõe desejos, conflitos, frustrações, particularidades de temperamento e caráter. Também costuma descrever o mundo espiritual. Não se deve confundir o fenômeno anímico do sonambulismo com a mediunidade sonambúlica que é uma variedade da psicofonia. Aqui temos um transe mais extenso e mais profundo.

ÊXTASE – Também natural ou provocado e vai ainda alem do sonambulismo, embora permaneça no estado de vigília. O grau de desdobramento é elevado e o individuo percebe, vê e ouve muito da realidade espiritual. Mas como interpreta e reproduz segundo o prisma terreno, suas descrições podem sofrer distorções analogamente as comunicações dos desencarnados que falam de conformidade com o grau de entendimento. Às vezes há mais exaltação do que lucidez e Espíritos inferiores oportunizam o momento para insuflar idéias ridículas.
PROJEÇÕES CONSCIENTES – Destaquemos aqui as experiências realizadas pelo ex-parceiro de tarefas mediúnicas de Chico Xavier, o psiquiatra Waldo Vieira, expostas em obra especifica que trata das técnicas de desdobramento consciente. É um processo anímico, mas com nuanças mediúnicas. O autor admite a intervenção de mentores que o auxiliam na tarefa "mecânica" de desligamento e posterior acoplamento ao corpo físico e também de orientação no plano extrafisico. Deferência à projeção com o psicossoma, termo cunhado pelo Espírito André Luiz para designar o perispírito, da realizada sem o mesmo, utilizando-se somente do corpo mental, também citado por André Luiz. Diz-nos Vieira que nesta situação as condições de percepção são profundamente ampliadas. Aumentaria à capacidade intuitiva, a inspiração, a premonição, os pressentimentos, a clarividência, a audiência espiritual, a telepatia, a telecinesia, a psicometria e a bilocação seria facilitada. Ressalve-se que tais informações não são muito bem aceitas no movimento espírita por não contar com o endosso de outros estúdios ou repórteres espirituais (faltada universalidade de ensinamentos) e também por entenderem alguns que tais experiências estariam mais ligadas as praticas esotéricas. Mas como assunto de pesquisa cientifica, julgamos que deveriam merecer mais atenção de todos nós.

CATALEPSIA – Estado reconhecido como patológico caracterizado principalmente pela rigidez muscular e imobilidade do corpo.

LETARGIA – Trata-sede um sono mais profundo, no qual as funções de circulação e respiração parecem suspensas, o que deu motivo a que antigamente muitas pessoas fossem sepultadas vivas. Segundo o Dicionário Aurélio, é o resultado de insensibilidade característico do transe mediúnico.

COMA – Na seqüência é o estado seguinte de desdobramento mórbido. Provocado por traumatismos cranianos ou choques químicos ou emocionais violentos. Alguns casos são reversíveis; outros mantêm a vida vegetativa às vezes pro vários anos sem qualquer possibilidade de recobrar a consciência normal. O Espírito não pode mais reassumir o comando do corpo físico por incapacidade da cabine central, o cérebro; está fora e, no entanto, ainda a ele ligado (ver eutanásia). Traduzindo estes estados diversos em nível de atividade do cérebro, temos que acima de treze ciclos por segundo, estaremos no estado chamado beta e com consciência total. Diminuindo para algo entre sete e treze ciclos, estaremos mergulhados no estado alfa, característico do relaxamento consciente ou sonho inconsciente. Entre quatro e sete ciclo/segundo teremos o estado theta com a paz meditativa consciente ou a situação de desmaio, portanto, inconsciente. De um a quatro ciclos, entramos no estado critico do coma, se for inconsciente ou do êxtase
consciente; é o chamado estado delta. Finalmente,quando o cérebro zerar a sua atividade, advém a morte fisiológica ou mais precisamente a cerebral.


Fonte – Espiritismo, uma visão panorâmica – Wilson Czerski.
Editora – O Clarim – fevereiro de 2006

Nenhum comentário:

Postar um comentário